O governo federal lançou hoje (7/04), o Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle, na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Brasília. As medidas de prevenção e as providências que devem ser adotadas numa situação emergencial constam no plano.
O documento foi elaborado pela Coordenação de Sanidade Avícola da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com os estados e entidades do setor privado, como União Brasileira de Avicultura (UBA) e a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef). Nele, estão previstas as atribuições do Mapa, governos estaduais, criadores e frigoríficos em relação ao combate da doença.
Entre as medidas do plano, constam normas de trânsito interestadual de aves e ovos, que só poderá ser feito desde que sejam provenientes de estabelecimentos certificados pelo Mapa. O documento prevê também o cadastramento e georreferenciamento das propriedades avícolas brasileiras e implementação de programas continuados de educação sanitária e vigilância em unidades de criação, frigorífico, sítios de aves migratórias, portos, aeroportos e aduanas. Além disso, o Mapa modernizou a sua rede de laboratórios para atender à área de sanidade animal, especialmente à avícola.
A maior parte dessas ações já estão sendo executadas. “É importante lembrar que nós estamos nos preparando para isso desde 2003”, enfatizou o presidente Lula, em seu pronunciamento durante a solenidade. “Temos que deixar claro também que o Brasil não tem nenhum caso de influenza aviária e trabalha com a expectativa de continuar livre da doença”, acrescentou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Rodrigo Rodrigues, lembrando que o país está longe do centro de transmissão da influenza aviária.
Embora não tenha registrado nenhum caso da doença até agora, o Brasil já sofreu com os efeitos da influenza, ressaltou o ministro. Segundo ele, o comércio mundial de frango caiu entre 20% e 25% nos últimos meses, com reflexos sobre a cadeia avícola brasileira, que emprega cerca de 4 milhões de trabalhadores. Por isso, completou Rodrigues, é importante que o país se mantenha como livre da doença. Ele prevê um crescimento de 4,5% ao ano do setor até 2005, o que deve puxar as exportações brasileiras de carne de frango.
De acordo com o ministro a influenza aviária (gripe do frango) não deve chegar ao Brasil neste ano, especialmente por meio de transmissão de aves migratórias. “O ciclo de migração de aves para o nosso território ocorre no inverno do Hemisfério Norte, que já passou”. Mesmo assim, o país – principal exportador mundial de carne de frango, com embarques de US$ 3,509 bilhões em 2005 – já conta com um sistema de proteção para impedir que a doença atinja o seu plantel avícola, o terceiro maior do planeta. “Se ela vier, estaremos preparados”, destacou o ministro, durante entrevista coletiva após o almoço na Embrapa.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento