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Presidente pede voto de confiança a empresários

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Presidente pede voto de confiança a empresários 150 150 Fecam Portal

Num evento feito sob medida para rebater as desconfianças do mercado sobre os rumos da economia, a presidente Dilma Rousseff disse ontem que é dela a orientação de combinar dois "compromissos" assumidos na campanha: controle da inflação e preservação do crescimento econômico.

Ela acrescentou que está pronta para adotar novas medidas se forem necessárias, mas com "serenidade".
Na primeira reunião do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) em sua gestão, Dilma afirmou que o governo está atento e analisando "diuturnamente, e até noturnamente", as pressões inflacionárias. Ela pediu um voto de confiança a empresários e à sociedade civil para as medidas da equipe econômica.

Durante seu discurso, ela disse compreender que "alguns tenham dúvidas" e "no calor do debate econômico duvidem de tudo" ao falar de críticas ao governo. Alguns analistas classificam a atuação de ambígua já que busca baixar a inflação e, ao mesmo tempo, manter expansão econômica maior que 4%. Por conta dessas desconfianças, desde a posse de Dilma, o mercado vem projetando aumento da inflação. Entre as medidas tomadas até agora estão três aumentos da taxa básica de juros feitos pelo Banco Central e ações para encarecer o crédito.

Num recado dirigido a parte de sua equipe, ela acrescentou que "compreender o calor e a paixão que envolvem o debate não pode significar para o governo aquecê-lo mais do que é necessário." Conforme a Folha revelou, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, exortou empresários a reagir à decisão do governo de conter a inflação com a queda do dólar.

Ele disse falar também em nome dos ministros Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento). A forte concorrência com os importados, somada à alta na taxa básica de juros Selic, já está reduzindo o otimismo da indústria de transformação. Segundo uma pesquisa feita pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o setor vai investir 4,7% a menos neste ano. Os segmentos mais afetados pelas importações são os que mais cortaram investimento, como indústria eletrônica, de máquinas e equipamentos, plástico e móveis.

Ao dizer que seu governo não se furtará a colocar em ação todas as medidas necessárias, Dilma acrescentou ser necessário aguardar os efeitos de decisões já tomadas. Depois de repetir duas vezes a frase "eu cumpro os meus compromissos", Dilma reiterou que a preocupação do governo será controlar a inflação e estimular o crescimento econômico e social "simultaneamente".

Afinada com a apresentação feita aos conselheiros por Guido Mantega (Fazenda), a presidente disse que a inflação é um fenômeno mundial. Mas, pela primeira vez, ela deu ênfase a pressões domésticas sobre os preços.
"Além dessas pressões internacionais, hoje, nós sabemos também -e não vamos esconder esse fato- que a nossa inflação subiu devido a choques internos", reconheceu a presidente. Dilma classificou de "bons problemas" os que enfrenta hoje. Ela disse que os problemas do crescimento são melhores que aqueles provocados por desemprego, e falta de renda e investimento.

Fonte: Folha de São Paulo