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Ministra diz que Dilma decidirá sobre pagamento de compromissos atrasados

Ministra diz que Dilma decidirá sobre pagamento de compromissos atrasados

Ministra diz que Dilma decidirá sobre pagamento de compromissos atrasados 150 150 Fecam Portal

A discussão do Decreto 7.418/10 – que estipulou a próxima sexta-feira (30) como prazo de validade dos chamados "restos a pagar" dos exercícios financeiros de 2007 a 2009 – dominou a audiência pública com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, no Congresso Nacional nesta terça-feira (26). Diante da pressão dos parlamentares da Comissão Mista de Orçamento (CMO) para que o governo prorrogue o prazo e os restos a pagar possam ser efetivamente pagos, a ministra avisou que a definição final sobre o assunto será da presidente Dilma Rousseff.
– Temos até o dia 30 para decidirmos. Estamos fazendo um pente-fino para conhecermos a situação de cada um dos contratos. Este levantamento será levado à presidente para que ela defina o que fazer – avisou a ministra.

Os restos a pagar somam hoje R$ 9,8 bilhões em convênios da União com estados e municípios, sendo R$ 5,1 bilhões do exercício de 2007, R$ 1,4 bilhão do exercício de 2008 e R$ 3,3 bilhões de 2009. Segundo a ministra, metade desse valor é decorrente de emendas parlamentares. Se o prazo não for prorrogado, as dívidas serão canceladas.
Para deputados e senadores, o cancelamento dos restos a pagar causará problemas sérios principalmente aos municípios, que não têm verba para arcar com contratos já firmados sob a expectativa do repasse desses recursos.
– Vários desses contratos dizem respeitos a obras inacabadas e obras sequer iniciadas. Se os pagamentos forem suspensos, teremos elefantes brancos por todo o país – argumentou o deputado federal Cláudio Cajado (DEM-BA), autor do requerimento que propôs a audiência pública.

Apesar do consenso entre parlamentares sobre necessidade de execução das emendas diretamente afetadas pelo decreto, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) defendeu na audiência pública que é preciso reavaliar a forma como essas emendas são apresentadas.  A senadora, que conseguiu aprovar na CMO a criação de um grupo de trabalho para aperfeiçoamento do processo orçamentário – que inclui os critérios para apresentação de emendas – pediu a ajuda do Ministério do Planejamento neste processo. – Emendas são importantes, mas não reduzem a pobreza ou garantem infraestrutura. Isso só acontece com programas de governo, que as emendas apenas auxiliam. Não me parece sensato manter valores e quantidades de emendas como são hoje – ponderou.

Sem a definição do governo federal, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2012, deputado Márcio Reinaldo Moreira (PP-MG), quer incluir na proposta a criação de um fundo orçamentário para cobrir os restos a pagar de anos anteriores. A intenção é assegurar que os restos a pagar, ou ao menos parte deles, deixem de ser cobertos pela Receita Corrente Líquida do Orçamento, já usada majoritariamente para cobrir as despesas do exercício.

Paola Lima / Agência Senado