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CNM apresenta propostas municipalistas para execução do novo PNE

CNM apresenta propostas municipalistas para execução do novo PNE

CNM apresenta propostas municipalistas para execução do novo PNE 150 150 Fecam Portal

Em coletiva de imprensa concedida na tarde desta segunda-feira, 27 de junho, o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, apresentou o posicionamento dos Municípios em relação às metas do novo Plano Nacional de Educação (PNE). A entrevista ocorreu no plenário oito da Câmara dos Deputados, na presença de dezenas de jornalistas dos maiores veículos de comunicação do País. Entre outros aspectos, a CNM defendeu que os planos de educação de Estados e Municípios devem se adequar à realidade local e à capacidade financeira de cada ente.

O novo PNE, que está em discussão na Câmara, define ao menos 20 metas para o setor em 10 anos. As metas estão, em geral, relacionadas à melhoria da qualidade do ensino; à ampliação da oferta de vagas; à formação de professores; e à ampliação do investimento público em Educação.

De acordo com levantamento da CNM, divulgado durante a coletiva, apenas para alcançar as metas de atendimento escolar da proposta do novo PNE, o custo total será na ordem de R$ 52,5 bilhões. "O Fundeb [Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação] não cobre todas as despesas, então, o investimento adicional dos Municípios gira em torno de R$ 17,6 bilhões", calcula Ziulkoski, ao retirar a cobertura de 34,9 bilhões, ou 66%, paga pelo Fundo.

Impacto Creches
Para a CNM, garantir o atendimento de 50% da demanda de crianças de zero a três anos – conforme prevê o novo plano – significa aos Municípios um investimento adicional de R$ 9,9 bilhões em 10 anos. "O custo aluno/ano das creches gira em torno de R$ 3.201,29 [creche parcial] e de R$ 5.529,14 [creche integral], o que implica um custo total para ampliação das matrículas em creche de cerca de R$ 18,3 bilhões", garante Ziulkoski. O Brasil possui atualmente 5,4 milhões de crianças nesta faixa etária.
A Bahia, de acordo com levantamento da CNM, é o Estado que terá o maior adicional para cobrir as novas metas com creches; são mais de R$ 907 milhões, já descontados os 39% cobertos pelo Fundeb. Minas Gerais vem em seguida, com um adicional de R$ 821 milhões, já que o Fundeb cobre 43% do custo.

Impacto Pré-escola
No caso de crianças de quatro e cinco anos, o novo PNE prevê como meta atender a 100% dessa população, que soma 5,8 milhões de crianças, até 2016. Oitenta e um por cento dessas crianças já se encontram matriculadas – falta agora 1,1 milhão de alunos serem atendidos até a data prevista "Como o custo aluno/ano da pré-escola gira em torno de R$ 2.389,28 [parcial] e de R$ 3.638,02 [integral], para atendimento da demanda da pré-escola será necessário um investimento total na ordem de R$ 3,3 bilhões", diz Ziulkoski, que lembra que o Fundeb irá cobrir 79% do valor. "Dessa forma, para garantir o atendimento de 100% da demanda em 5 anos, os Municípios teriam um investimento adicional de R$ 700 milhões", conclui.

Impacto Educação Integral
A meta do PNE é ofertar a educação integral em 50% das 126 mil escolas públicas municipais. Dos 21,9 milhões de alunos na rede municipal, 2,0 milhões estudam em tempo integral. Cálculos da CNM mostram que 63 mil escolas deverão atender a 9,1 milhões de alunos em tempo integral.
Para cumprir a meta, o custo total é de R$ 30,9 bilhões. Mas, como o Fundeb cobre, em média, 77% desse custo, o investimento adicional dos Municípios é de aproximadamente de R$ 7,0 bilhões. A Bahia, mais uma vez, é o Estado que mais terá adicional a pagar. São quase 100 mil alunos a serem atendidos em tempo integral, com custo total superior a R$ 3 bilhões. Mesmo com os recursos do Fundeb, que cobrem em média 66% do custo, o Estado ainda deverá acrescentar R$ 1,1 bilhão para atendimento da demanda.

Propostas municipalistas para execução do novo PNE
Paulo Ziulkoski propõe ao Projeto de Lei 8.035/2010, que instituirá o novo PNE, uma série de sugestões. A CNM apresentou 12 emendas à proposta, que consideram os seguintes pontos:
• O aumento da participação da União no financiamento da educação básica, inclusive na complementação do Piso do Magistério;
• Assegurar a participação da representação dos prefeitos nos fóruns que discutem a educação;
• Adequação dos planos de educação de Estados e Municípios à realidade local e à capacidade financeira de cada ente;
• Realização de estudos sobre o custo-aluno para definição de pesos de ponderação que considerem os investimentos necessários em cada etapa de ensino;
• Realização de estudos sobre o custo-aluno do transporte escolar e a garantia de que os Estados assumam as responsabilidades com o transporte de seus alunos;
• Definição em lei da atualização anual dos valores per capita dos programas federais de merenda e transporte escolar.
Fonte: CNM