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Senado vai recorrer da liminar que impede revisão urgente do veto à partilha dos royalties

Senado vai recorrer da liminar que impede revisão urgente do veto à partilha dos royalties

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Durante a sessão deliberativa desta segunda-feira (17), o presidente José Sarney afirmou que a Advocacia do Senado vai recorrer da decisão liminar do ministro do STF, Luiz Fux, que impede a votação pelo Congresso, em regime de urgência, do veto presidencial ao projeto dos royalties. A sessão está mantida para esta terça-feira (18), às 19h, mas o veto só poderá ser apreciado se a liminar for revista. Sarney determinou à Advocacia que entre com pedido de reconsideração da liminar e com agravo de instrumento. Neste caso, a questão seria apreciada pelo plenário do Supremo.

A decisão de recorrer contra a liminar teve apoio dos senadores Waldemir Moka (PMDB-MS) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que ressaltaram a legalidade da sessão do Congresso que aprovou a urgência. A mesma opinião manifestou Inácio Arruda (PCdoB-CE), para quem a Mesa do Congresso é soberana.

O 1º vice-presidente do Senado, Anibal Diniz (PT-AC), também apoiou a decisão de Sarney e clamou pelo resgate das prerrogativas do Legislativo, que estariam sendo inapropriadamente invadidas pelo Judiciário. Eunício de Oliveira (PMDB-CE) também se solidarizou com Sarney e levantou dúvidas sobre a possibilidade de o Congresso se reunir nesta terca (18) para votar outras matérias. Sarney disse que a sessão está mantida, porque a liminar não determina o cancelamento, mas apenas que o veto não seja apreciado.

A liminar
Numa decisão liminar de 27 páginas o ministro Luiz Fux julgou procedente o pedido do deputado federal Alessandro Molon no Mandado de Segurança (MS) 31816 para anular a sessão do Congresso Nacional da quarta-feira (12), que reconheceu a urgência da votação do veto presidencial ao projeto dos royalties do petróleo.

De acordo com a Constituição, ao sancionar uma lei o presidente pode vetar parte dela – o que ocorreu na parte sobre os royalties de contratos já licitados. Para derrubar o veto e fazer valer o texto original, o Congresso precisa se reunir e votar contra o entendimento do presidente, com votação secreta e maioria absoluta tanto na Câmara quanto no Senado. Com a decisão de Fux, é impossível a análise do veto dos royalties antes de o Congresso votar os outros 3.060 vetos que estão à frente na pauta de votações.

O principal motivo de Fux para conceder a liminar foi o fato de a pauta do Congresso ser trancada por vetos não apreciados no prazo de 30 dias. Para ele, é preciso observar a ordem cronológica de comunicação dos vetos.
O ministro diz que "aos olhos da Constituição todo e qualquer veto presidencial é marcado pelo traço característico da urgência, que resta evidente pela possibilidade de trancamento da pauta legislativa em razão da sua não avaliação oportuna". Na opinião do ministro, não há veto mais ou menos urgente. Todos são urgentes.

"A questão jurídica diz respeito à possibilidade de o Congresso Nacional, em um cenário de flagrante omissão, selecionar, consoante seu critério de conveniência e oportunidade, quais vetos irá apreciar."
Na análise das questões regimentais, Fux enumera o que vê de inconstitucionalidades. A primeira foi a leitura do veto sem que ele constasse na pauta do dia. Além disso, ele ressalta a falta de uma comissão mista que elaborasse o relatório sobre o veto – como previsto pela Constituição.

Fux, então, determina à Mesa do Congresso "que se abstenha de deliberar acerca do veto parcial antes que se proceda à análise de todos os vetos pendentes com prazo de análise expirado até a presente data, em ordem cronológica de recebimento da respectiva comunicação".

Agência Senado