Com mais de 500 participantes, de 106 municípios catarinenses, o Seminário Estadual “Autismo nos diferentes contextos da vida” começou na manhã desta terça-feira, em Treze Tílias. O evento tem como objetivo aproximar cada vez mais os gestores públicos da saúde, educação e assistência social do debate sobre o transtorno do espectro autista (TEA) e as políticas públicas necessárias. O seminário é realizado pela Federação de Consórcios, Associações e Municípios de Santa Catarina (FECAM), com o apoio da Associação dos Municípios do Meio Oeste Catarinense (AMMOC) e da Prefeitura de Treze Tílias.
A prefeita de Vargem e presidente da FECAM, Milena Andersen Lopes, destacou a importância de um evento sobre o autismo e frisou sobre a necessidade também de se falar sobre o autismo na vida adulta. Falou também sobre o trabalho conjunto que deve ser realizado e nas políticas públicas voltadas para acolhimento das pessoas autistas e de suas famílias. “Quero trazer o meu sentimento de responsabilidade que todos os prefeitos têm de atender às demandas da nossa população. A vida de cada catarinense, seja em qual município for, depende muito de nós”.
A presidente, com orgulho, também lembrou que a FECAM é a única federação do Brasil que possui uma área voltada para a inclusão e a acessibilidade e citou o trabalho desenvolvido por Paulo Suldóvski, assessor da área.
O prefeito de Treze Tílias, Rudi Ohlweiler, agradeceu a presença de todos e à FECAM pela realização do evento no município. Disse estar feliz com o número de pessoas e garantiu que Treze Tílias estará sempre de portas abertas para todos.
Para abrir as palestras do evento, a psicóloga Ana Carolina Wolff, especialista em autismo, falou sobre a condição e esclareceu algumas dúvidas dos participantes. “Ser autista é uma questão de identidade. O autismo não é uma doença”, afirmou.
A tarde começou com um painel sobre educação e autismo. A professora da UDESC, Cléia Demétrio Pereira, afirma que a inclusão escolar requer repensar currículo, planejamento e comunicação para assim chegar ao direito educacional. Reforçou também que a igualdade não garante a inclusão e que o correto é trabalhar com equidade.
No mesmo painel, Mônica Denzer, coordenadora da AMA de Agrolândia, contou a experiência educacional da instituição com crianças autistas. “Nós precisamos nos adequar a essas crianças e não ao contrário. A peça chave é o sentimento, nos colocarmos no lugar dos autistas e entendermos como eles se sentem para poder pensar a melhor forma de educação”, completou.
O segundo painel foi sobre o autismo na vida adulta e os desafios dessas pessoas. A médica veterinária Cynthia Hering Rinnert, compartilhou a sua trajetória e como o seu diagnóstico tardio, que veio há apenas dois anos, quando já tinha 60 anos de idade, influenciou em sua vida e em sua carreira profissional. A auditora fiscal do trabalho, Luciana Xavier Sans de Carvalho, falou sobre a sua atuação na luta pela inclusão das pessoas com deficiência e com autismo no mundo do trabalho.
Fechando o primeiro dia de evento, o painel sobre a lei estadual nº17.428/2017, que dispõe sobre a concessão de pensão especial e coloca pessoas autistas na lista daquelas que podem receber o benefício continuado.
O evento continua na quinta-feira (16), com mais quatro painéis que vão tratar sobre o apoio da família no desenvolvimento da pessoa com TEA, o autismo na perspectiva da saúde, as experiências municipalistas em relação às pessoas com TEA e o trabalho intersetorial no atendimento das políticas voltadas às pessoas com autismo.